Raça Jafarabadi
De pelagem preta, é a raça bubalina menos compacta e de maior porte existente no Brasil e no mundo. Duas variedades distintas de Jafarabadi são facilmente identificadas e conhecidas entre nós: variedade GIR e variedade PALITANA.
A primeira, de menor porte que a segunda, possui ossatura, cabeças e membros mais leves e chifres mais longos, porém de menor espessura.
A Palitana, de maior porte, possui ossatura mais pesada, chifres mais espessos e mais curtos. Por ser a variedade de maior velocidade de crescimento, exige mais em termos nutricionais, para que a cobertura muscular se harmonize com seu rápido desenvolvimento ósseo.
Vários criadores vêm trabalhando visando a obtenção e fixação de um tipo intermediário de Jafarabadi, portador das virtudes inerentes às duas variedades. A raça Jafarabadi, apesar de possuir indivíduos com bom potencial leiteiro, é mais encontrada em propriedades cujo interesse maior reside na exploração de carne.Touros da raça Jafarabadi, através do choque de sangue, ( heterose ), se cruzados com fêmeas das demais raças, produzem animais de excelente conformação e desenvolvimento, fazendo elevar o porte e a produtividade dos rebanhos bubalinos.
CRUZAMENTO INDUSTRIAL
Consiste simplesmente nos acasalamentos entre si de animais pertencentes a raças distintas. O “choque de sangue” ou a heterose provocada por esses cruzamentos confere aos produtos de primeira geração maior vigor físico, elevando expressivamente seus potenciais produtivos.
Vale ressaltar que quanto mais “distantes” e homozigotas forem as raças dos pais, maior será a heterose e o vigor dos filhos. Assim sendo, podemos concluir que a elevação dos índices produtivos de um rebanho, entre outras coisas, depende e necessita da tarefa conjunta dos melhoradores de raça e dos produtores industriais – os primeiros construindo a homozigose e os segundos a destruindo…
Por mais paradoxal que pareça, é assim que caminha e evolui a pecuária no mundo e a bubalinocultura não pode ficar a margem desse processo.
A partir de 2009, após promovermos a total eliminação dos bovinos de nossas pastagens, a Fazenda Boa Vista implantou uma nova atividade “bufaleira”.
Explorando as vantagens do cruzamento industrial, formamos um plantel, composto de fêmeas comuns, mestiças, sem raça definida, enxertando-as com touros Jafas da BV, sendo que todos produtos nascidos desse acasalamentos (machos e fêmeas) são amochados. No mais, as demais práticas de manejo são idênticas às destinadas ao nosso plantel Jafas da BV.
Cotejando os produtos oriundos do cruzamento industrial com os produtos puros Jafas da BV, ambos pertencentes à safra nascida em 2009, foi possível concluir que ambos os grupos apresentaram iguais ganhos ponderais até os 12 meses de idade ( 1.100 a 1.200 g/dia ), confirmando portanto, as vantagens produtivas obtidas pela prática do cruzamento industrial com utilização de touros da raça Jafarabadi. Um detalhe importante que não podemos desconsiderar é que esse confronto pode ser considerado inclusive “desigual”, pois o primeiro grupo é produto de mães descartadas adquiridas no mercado, a preços de corte, enquanto o segundo grupo é produto de fêmeas selecionadas desde o ano de 1969